Paul Busman: Fale-me um pouco sobre as suas origens e como você veio a se interessar pela música tradicional irlandesa.
Bill Ochs: Embora eu não seja irlandês, eu ouvia trechos de música irlandesa desde a infância, e adorava. Então, enquanto adolescente, eu comprei um álbum do grupo irlandês The Clancy Brothers & Tommy Makem. Fiquei realmente emocionado com sua música - especialmente pelo jeito de tocar de Makem. Isso foi por volta de 1962, e deu início a uma longa jornada que finalmente me conduziu ao centro da tradição.
Paul: Como você aprendeu a tocar o whistle?
Bill: Eu quis começar a tocar quando ouvi Makem em 1962, mas não consegui encontrar um whistle. O dono de uma loja de música local no subúrbio de New Jersey nunca tinha ouvido falar do instrumento. (Whistles não eram amplamente disponíveis nos EUA naquela época.) Mas sete anos depois, enquanto me hospedava na casa de um amigo em New Haven, Connecticut, eu notei que ele tinha um whistle Clarke C, que ele trouxera da Irlanda. Ele mesmo não estava interessado em tocá-lo, então deu-o pra mim. Fiquei fascinado! Não havia livros sobre tinwhistle lá em 1969, então eu comecei a aprender sozinho, de ouvido, trabalhando melodias que eu ouvia em gravações. Finalmente eu descobri que havia uma crescente comunidade de música irlandesa em Nova York; mudei-me para o Bronx em 1971 para fazer parte dela. Tornei-me amigo de Brendan Mulvihill, um grande violinista, e também um excelente whistler. Brendan me amparou e me deu algumas dicas, tais como fazer rolls. Houve também um excelente livro e uma fita produzidos na Irlanda naquele ano - Tutor for the Feadóg Stáin, por Michéal Ó hAlmhain (Comhaltas Ceoltóiri Éireann Publications). Foram de grande ajuda.
Em 1972, eu fiz minha primeira viagem à Irlanda e conheci vários mestres do tinwhistle, inclusive Mary Bergin, Willie Clancy, Tom McHaile e Donnacha Ó Bríen. No ano seguinte eu me tornei amigo de Cathal McConnell, o flautista e whistler do grupo Boys of the Lough. Àqulela época, eu também estava aprendendo uilleann pipes (gaita de foles irlandesa) sob a tutela de Tom Standeven, da Filadélfia. Muitas técnicas foram transmitidas da gaita para o whistle. Em 1976 eu passei meio ano na Irlanda, estudando a gaita com Pat Mitchell, em Galway, com uma bolsa do Endosso Nacional para as Artes (National Endowment for the Arts). De modo que eu tive sorte em ter bastante orientação e inspiração nos primeiros estágios do meu desenvolvimento.
19 de nov. de 2007
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